quinta-feira, 29 de abril de 2010



Regressei à Buchholz, onde sempre gostei muito de ir, para ver e comprar livros que não via em mais lado nenhum e, confesso, para de certa forma fazer parte daquele anacronismo a que nos obrigam o tempo lento e os gestos que já não se usam (imprimir a factura em duas folhas A4 num balcão, descer as escadas, pagar noutro balcão, carimbo, dobra a folha, põe no saco).
Mas, claro que do que gostava mais era dos livros que não se viam em mais lado nenhum como uma gigantesca e caríssima edição completa das Memórias de Casanova que lá vi durante anos e que um dia havia de comprar. E mais coisas, muito mais coisas.
Agora, as velhas madeiras brilham e o sitio está bonito.
Mas, eu preferia o prenúncio de morte que o chão gasto e o tempo lento das duas facturas em folha A4 representavam, e estantes e estantes cheias dos clássicos em edições mais caras ou mais baratas ou de livros de arte que não encontrava em mais lado nenhum e não vazias, como os meus olhos as veem agora.
Agora, acabou mesmo. 

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