sexta-feira, 30 de julho de 2010

Conchinhas tenuemente cor de rosa

Serões da província

quinta-feira, 29 de julho de 2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010



Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.

Eugénio de Andrade

Jogos de crianças

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sounds

"BUT WHILE WE are confined to books, though the most select and classic, and read only particular written languages, which are themselves but dialects and provincial, we are in danger of forgetting the language which all things and events speak without metaphor, which alone is copious and standard. Much is published, but little printed. The rays which stream through the shutter will be no longer remembered when the shutter is wholly removed. No method nor discipline can supersede the necessity of being forever on the alert. What is a course of history or philosophy, or poetry, no matter how well selected, or the best society, or the most admirable routine of life, compared with the discipline of looking always at what is to be seen? Will you be a reader, a student merely, or a seer? Read your fate, see what is before you, and walk on into futurity.

I did not read books the first summer; I hoed beans. Nay, I often did better than this. There were times when I could not afford to sacrifice the bloom of the present moment to any work, whether of the head or hands. I love a broad margin to my life. Sometimes, in a summer morning, having taken my accustomed bath, I sat in my sunny doorway from sunrise till noon, rapt in a revery, amidst the pines and hickories and sumachs, in undisturbed solitude and stillness, while the birds sing around or flitted noiseless through the house, until by the sun falling in at my west window, or the noise of some traveller's wagon on the distant highway, I was reminded of the lapse of time. I grew in those seasons like corn in the night, and they were far better than any work of the hands would have been. They were not time subtracted from my life, but so much over and above my usual allowance. I realized what the Orientals mean by contemplation and the forsaking of works. For the most part, I minded not how the hours went. The day advanced as if to light some work of mine; it was morning, and lo, now it is evening, and nothing memorable is accomplished. Instead of singing like the birds, I silently smiled at my incessant good fortune. As the sparrow had its trill, sitting on the hickory before my door, so had I my chuckle or suppressed warble which he might hear out of my nest. My days were not days of the week, bearing the stamp of any heathen deity, nor were they minced into hours and fretted by the ticking of a clock; for I lived like the Puri Indians, of whom it is said that "for yesterday, today, and tomorrow they have only one word, and they express the variety of meaning by pointing backward for yesterday forward for tomorrow, and overhead for the passing day." This was sheer idleness to my fellow-townsmen, no doubt; but if the birds and flowers had tried me by their standard, I should not have been found wanting. A man must find his occasions in himself, it is true. The natural day is very calm, and will hardly reprove his indolence."

David-Henry Thoreau, Walden

Noite

Rolas, ralos, grilos, cigarras, vacas, um tractor, melgas, mosquitos, rãs, mochos, rolas, ralos, grilos, cigarras, vacas, o tractor, melgas, mosquitos, rãs, agora um cão, as vacas outra vez, chocalhos, ralos, ralos, ralos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Verão

Lua

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Sol

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Horizonte

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Na Crimeia

terça-feira, 20 de julho de 2010

Ao anoitecer e ao amanhecer, há anos, sempre a mesma tarefa, o mesmo ritmo,
o mesmo som familiar para mim, como o das rolas ou das cigarras,
 lá vai distribuindo o seu ponto de rega. 
 "Se lhe tirarem isto, morre." Disseram-me.

"I must admit, I  can be perfectly happy reading... and equally happy pouring the sands through my fingers and resting with the whole of my being, while the wind pats my cheeks with its cool, damp hands. It seems to be pleased that there is not another soul in the beach, all the way to the horizon where the bluish promontories look like a company of bears lapping the sea-water.
All day long, the stiff grass rustles on the cliffs. Infinitely old, this gentle sound, heard on this shore for century after century, imparts the love of wisdom and simplicity.

Konstantin Paustovsky.

domingo, 18 de julho de 2010

Leituras



"Que peux tu-voir ailleurs que tu ne voies ici? Voilà le ciel, la terre, tous les éléments: or c'est d'eux que tout est fait.  Où que tu ailles, que peux tu voir qui puisse subsister longtemps sous le soleil? Tu crois peut-être te satisfaire pleinement, mais tu n'en viendras jamais a but. Quand tu aurais sous les yeux tu ce qui existe, que serait-ce qu'une vision vaine?"

sábado, 17 de julho de 2010

Pelo caminho

Poema do burguês na praia

Há mãos de mãe sobre a seara
que às três da tarde ondula no seu gesto
Já tudo tem um rosto
e o amor de que ele gasta resto

O mar faz-lhe lembrar um cego horizontal
de olhar embaciado

Veio de lisboa para o seu passado
está de acordo com tudo

Ruy Belo
Anne Leibowitz

sexta-feira, 16 de julho de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

No campo

Eduardo Viana

Fonseca Batista, Os Meus Ócios

quarta-feira, 14 de julho de 2010

14 Juillet

Pierre Bonnard
 Paris, Rue de Parme on Bastille Day

terça-feira, 13 de julho de 2010

Music for a while


Outra vez.

Misterium Tremendum

Old man in sorrow, Van Gogh

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Anna Akhmatova

Mar

domingo, 11 de julho de 2010

Campo

sábado, 10 de julho de 2010

Recuerdo

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Este Boião de Sexta Feira  tem de tudo, hipnotismo, casamento, uma Vénus Lasciva, Aristóteles ali escondido no meio, um advogado a trabalhar até tarde e um alecrineiro. Só lhe falta o bandoneon, uma coisa imprescindível para as noites de Verão:

Já O POVO

Está no Museu da Electricidade:



"o povo é sereno; o povo é quem mais ordena; ganharás o pão com o suor do teu rosto; casas do povo; se isto não é o povo, onde é que está o povo? ; queres fiado, toma… são alguns dos slogans e dizeres que grafitam os espaços do Museu da Electricidade, nos quais se exploram arquivos de som e de imagem, obras de pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e cinema, textos literários, memórias e testemunhos populares e eruditos. Através do recurso a novas tecnologias, a exposição assume as características de uma «instalação» em permanente interactividade com o PÚBLICO – POVO. A Kameraphoto, colectivo de fotógrafos independentes, foi convidada a criar um mural dinâmico de fotografia."

O Arquivo Fotográfico de Lisboa

Está no mesmo sítio. Pelo menos é o que dizem:


Chapitô

A Matilde Cortez Pinto, estando impedida pelo Oceano de disfrutar das noites frescas de Lisboa lembra-nos a nós que sempre podemos lá ir:



Programa aqui: Chapitô

SHAKESPEARE

Finalmente em Braga!
Uma informação do Eduardo Peixoto Gomes:


Programa aqui: Theatro Circo

Nem de propósito, a Leonor Chastre lembrou-se disto:



Noites de Verão

Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão.
Mas no fundo isso não tem muita importância.
O que interessa mesmo não são as noites em si são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre.
Em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.

William Shakespeare
E, por falar nisso, Alexandre Herculano, se fosse vivo, tinha 200 anos.
É uma bonita idade.


Lembra-se, os mais velhos, da Harpa do Crente?

(um nome que me fazia tremer de medo…)
Pois aqui fica um excerto:


Oh, como surge majestosa e bela,
Com viço da criação, a natureza
No solitário vale! E o leve insecto
E a relva e os matos e a fragrância pura
Das boninas da encosta estão contando
Mil saudades de Deus, que os há lançado,
Com mão profusa, no regaço ameno
Da solidão, onde se esconde o justo.

E lá campeiam no alto das montanhas
Os escalvados píncaros, severos,
Quais guardadores de um lugar que é santo;
Atalaias que ao longe o mundo observam,
Cerrando até o mar o último abrigo
Da crença viva, da oração piedosa,
Que se ergue a Deus de lábios inocentes.

Sobre esta cena o sol verte em torrentes
Da manhã o fulgor; a brisa esvai-se
Pelos rosmaninhais, e inclina os topos
Do zimbro e alecrineiro, ao rés sentados
Desses tronos de fragas sobrepostas,
Que alpestres matas de medronhos vestem;
O rocio da noite à branca rosa
No seio derramou frescor suave,
E inda existência lhe dará um dia.

Formoso ermo do sul, outra vez, salve!

Aniversário

O Dr. João Veiga Gomes recordou-me os 150 anos de Gustav Mahler


Eu acho isto muito bonito, espero que gostem:

.

Poesia

Working Late


A light is on in my father’s study.
“Still up?” he says, and we are silent,
looking at the harbor lights,
listening to the surf
and the creak of coconut boughs.

He is working late on cases.
No impassioned speech! He argues from evidence,
actually pacing out and measuring,
while the fans revolving on the ceiling
winnow the true from the false.

Once he passed a brass curtain rod
through a head made out of plaster
and showed the jury the angle of fire—
where the murderer must have stood.
For years, all through my childhood,
if I opened a closet . . . bang!
There would be the dead man’s head
with a black hole in the forehead.

All the arguing in the world
will not stay the moon.
She has come all the way from Russia
to gaze for a while in a mango tree
and light the wall of a veranda,
before resuming her interrupted journey
beyond the harbor and the lighthouse
at Port Royal, turning away
from land to the open sea.


Yet, nothing in nature changes, from that day to this,
she is still the mother of us all.
I can see the drifting offshore lights,
black posts where the pelicans brood.


And the light that used to shine
at night in my father’s study
now shines as late in mine.

Louis Simpson

Justiça


Crimes e discursos de defesa

Especialmente dedicado aos jovens advogados que ultrapassaram nos últimos dias com sucesso as provas da Ordem, um exemplo do que os espera.
Vejam as patifarias de que uma mulher é capaz e tudo aquilo que um Advogado tem que fazer para defender o seu cliente, nas alegações de defesa de Carlos Cienfuegos, assassino da condessa Hamilton, proferidas no Tribunal Criminal de Roma:
 
 
 

Tribunais

Daqui:


Advogados

Casamento

Mão amiga fez-me chegar esta mensagem, como se eu precisasse de ser convencida:



Hipnotismo


Isto e muito mais aqui: Gate Galleries.
Agora escolham.
Vincent Van Gogh

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Recuerdo de un Recuerdo

RECUERDO

WE WERE very tired, we were very merry--
We had gone back and forth all night on the ferry.
It was bare and bright, and smelled like a stable--
But we looked into a fire, we leaned across a table,
We lay on a hilltop underneath the moon;
And the whistles kept blowing, and the dawn came soon.

We were very tired, we were very merry--
We had gone back and forth all night on the ferry,
And you ate an apple, and I ate a pear,
From a dozen of each we had bought somewhere;
And the sky went wan, and the wind came cold,
And the sun rose dripping, a bucketful of gold.

We were very tired, we were very merry,
We had gone back and forth all night on the ferry,
We hailed "Good morrow, mother!" to a shawl-covered head,
And bought a morning paper, which neither of us read;
And she wept, "God bless you!" for the apples and pears,
And we gave her all our money but our subway fares.


Edna St.Vincent Millay

terça-feira, 6 de julho de 2010

Peder Severin Krøyer

segunda-feira, 5 de julho de 2010

De ananases


"Gastei a noite preparando frases, cheias de profundidade e beleza, para lançar a Fradique Mendes! Tendiam todas à glorificação das LAPIDÁRIAS. E lembro-me de ter, com amoroso cuidado, burilado e repolido esta:—«A forma de V. Ex.a é um mármore divino com estremecimentos humanos!»
De manhã apurei requintadamente a minha toilette como se, em vez de Fradique, fosse encontrar Ana de Léon—com quem já nessa madrugada, num sonho repassado de erudição e sensibilidade, eu passeara na Via Sagrada que vai de Atenas a Elêusis, conversando, por entre os lírios que desfolhávamos, sobre o ensino de Platão e a versificação das LAPIDÁRIAS. E às duas horas, dentro de uma tipóia, para que o macadame regado me não maculasse o verniz dos sapatos, parava na Havanesa, pálido, perfumado, comovido, com uma tremenda rosa de chá na lapela, éramos assim em 1867!

(...)

Pela escada, o poeta das LAPIDÁRIAS aludiu ao tórrido calor de Agosto. E eu que nesse instante, defronte do espelho no patamar, revistava, com um olhar furtivo, a linha da minha sobrecasaca e a frescura da minha rosa—deixei estouvadamente escapar esta coisa hedionda:—Sim, está de escachar!
E ainda o torpe som não morrera, já uma aflição me lacerava, por esta «chulice» e esquina de tabacaria, assim atabalhoadamente lançada como um pingo de sebo sobre o supremo artista das LAPIDÁRIAS. O homem que conversara com Hugo à beira mar!...
Entrei no quarto atordoado, com bagas de suor na face. E debalde rebuscava desesperadamente uma outra frase sobre o calor, bem trabalhada, toda cintilante e nova! Nada! Só me acudiam sordidezes paralelas, em calão teimoso:— «é de rachar»! «está de ananases»! «derrete os untos»!... Atravessei ali uma dessas angústias atrozes e grotescas, que, aos vinte anos, quando se começa a vida e a literatura, vincam a alma—e jamais esquecem.
Felizmente Fradique desaparecera por trás dum reposteiro de alcova. Só, limpando o suor, considerando que altos pensadores se exprimem assim, com uma simplicidade rude,—serenei."

Eça de Queirós, A Correspondência de Fradique Mendes
Pitões das Júnias

domingo, 4 de julho de 2010

A Clear Midnight

This is thy hour O Soul, thy free flight into the wordless,
Away from books, away from art, the day erased, the lesson
                  done,
Thee fully forth emerging, silent, gazing, pondering the
                 themes thou lovest best,
Night, sleep, death and the stars.

Walt Whitman

Fading away


Tony Judt, NYRB.

sábado, 3 de julho de 2010

Fading away


Sesta


Almada Negreiros


No Chiado