sábado, 7 de maio de 2011

Uma livraria que acabou "bem"

“Como podem ver não fomos bem sucedidos - isto se acreditarmos nesse conceito misterioso chamado "sucesso". A meu ver - e se nos seguem há tempo suficiente bem sabem que aquilo que acho serve de pouco ou nada - fomos muito, muito bem sucedidos. Falhou o guito. Falharam várias coisas, todas passando pelo guito.
Durante três anos fizemos tudo quanto podia ser feito - concertos, leituras, conversas, edição de dois livros, teatro, festarolas, cinema, actividades infantis e sabe-se lá mais o quê. Todas estas coisas foram feitas, essencialmente, por acreditarmos que eram necessárias, pese embora nunca tenham sido lucrativas. Mas que se lixe, não estávamos nisto pelo lucro e, imaginem, nem sequer somos de esquerda. O objectivo sempre foi o mesmo, desde essa tarde de 2007 em que concebemos a Trama, até há uns meses atrás: fazer aquilo de que gostávamos e em que tínhamos alguma experiência, continuar a aprender e... partilhar. Fúria juvenil, ímpeto irracional, inexperiência, falta de jeito para o negócio, chamem-lhe o que quiserem.
Não queremos que lamentem, que tenham pena, que nos consolem. Não estamos arrependidos e, creio, fazíamos tudo outra vez. Talvez agora soubéssemos uma ou duas coisas que tornariam este desfecho diferente... mas a verdade é que se as tivéssemos sabido há mais tempo, a Trama, como a conhecem, nunca teria existido.
Um erro, sim
mas belo
belo
belo
belo
Não queremos que se sintam culpados. Mas se se sentirem também não faz mal.”

Aqui: Trama.

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