E aqui vai um pouco do que temos por cá:
Sobre a exposição: Vicente
Sobre a pintora: Ilda David
Uma PEÇA
O AVARENTO, de MOLIÉRE
“O pulmão! O pulmão!” de Toinette em O Doente Imaginário ecoa no “Dinheiro! Dinheiro!” de Harpagão em O Avarento do mesmo Molière, esse “grande especialista da neurose e da repetição”. O Avarento (1668) é possivelmente a sua comédia mais dura, aquela onde Jean-Baptiste Poquelin melhor soube traduzir as patologias do humano num predatório jogo burlesco de onde ninguém sai ileso, porque aqui não há inocentes para resgatar.
Nascido no Porto, em 1923, é um homem de múltiplos interesses, Arquitecto de formação, pintor, desenhador, poeta, arqueólogo, astrónomo, etnólogo, paleontólogo, coleccionador, etc.
A sua pintura introduziu o abstraccionismo em Portugal a partir de finais dos anos 40, tendo desenvolvido ao longo da sua carreira, uma concepção original da pintura.
Aqui: http://www.clubeliterariodoporto.co.pt/
VALSAS
O concerto terá lugar na Sala Suggia
Bom pretexto para ouvirmos isto:
http://www.youtube.com/watch?v=IIGR6OJji04
UM PASSEIO
Quem quiser passear pelas redondezas pode ver isto:
Aqui:
http://www.mosteirodetibaes.org/pagina.aspx?sid=94&mid=93
Passando para outras paragens:
A partir de ontem, no site da
BIBLIOTECA NACIONAL
Procurem-no aqui: http://purl.pt/index/espolios/PT/index.html
E aproveitem para ver tudo o que a Biblioteca Nacional tem on line
De Camilo Pessanha, tinha que aqui ficar mais um poema
Imagens que Passais pela Retina
Imagens que passais pela retina
Dos meus olhos, porque não vos fixais?
Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...
Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
_Porque ides sem mim, não me levais?
Sem vós o que são os meus olhos abertos?
_O espelho inútil, meus olhos pagãos!
Aridez de sucessivos desertos...
Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão casual de meus dedos incertos,
_ Estranha sombra em movimentos vãos.
Em Lisboa
TEATRO
IFIGÉNIA NA TÁURIDA
No fim do século XVIII, momento de grandes transformações políticas e culturais na Europa, Goethe, apaixonado pela cultura grega da Antiguidade, volta a trazer para o teatro a história de Ifigénia, a filha de Agamémnon e Clitemnestra que Diana salvou da morte quando o pai a queria oferecer em sacrifício. Muitos anos viveu Ifigénia na Táurida como sacerdotisa de Diana, depois de para ali ter sido trazida pela deusa. A peça conta o dia em que seu irmão Orestes, perseguido pelas Fúrias depois de vingar a morte do pai assassinando a mãe, chega com o amigo Pílades a essa terra de bárbaros, resgata a irmã do poder do rei Toas e regressa à Grécia para limpar a sua geração da maldição divina. Com a sua revisão do mito antigo, Goethe questiona em versos belíssimos o conceito de humanidade, a relação dos homens com os deuses, a tensão entre a ideia de destino e a liberdade, a condição das mulheres, e a própria noção de soberania política. É a defesa da paz, de uma nova ética, do equilíbrio do sentimento com a razão, de nova harmonia nas relações humanas, e de uma renovação das consciências.
http://www.teatro-cornucopia.pt
E aqui, um pouco mais longe,
ensina-se a
LER
http://www.loc.gov/today/cyberlc/feature_wdesc.php?rec=3890
No sítio certo:
Onde, ao acaso, se encontram coisas como esta:
UM CIENTISTA
Português
Acaba de ser publicado, pela Academia das Ciências e pela Fundação Gulbenkian, o volume IV das Obras de Pedro Nunes.
O volume IV, com o título De arte atque ratione navigandi, é o ponto alto da edição, antes de mais, porque esta obra, de 1566, é a mais importante de Pedro Nunes. Texto da maturidade, em latim, publicado em Basileia e com grande impacto na Europa, é o momento da criação de uma nova disciplina matemática, a ciência da navegação. O autor desenvolve muito os tratados portugueses de 1537 (em particular com a distinção clara, a ele devida, entre navegação loxodrómica e ortodrómica, e com a ideia fundamental da mais tarde chamada carta de Mercator), acrescenta muitos capítulos com contribuições rigorosas sobre questões matemáticas, astronómicas e de navegação (e alguns dos primeiros comentários feitos à obra de Copérnico), e continua com capítulos sobre a curva loxodrómica e a sua descrição e propriedades matemáticas, notabilíssimos se pensarmos que se está a mais de um século da criação do cálculo diferencial e integral.
Em segundo lugar, porque, sendo a obra mais importante de Pedro Nunes, e sendo este o maior cientista português de sempre (seja qual for o critério que se use), o livro é o mais relevante da história da ciência em Portugal e é portanto uma obra cimeira na história da cultura portuguesa.
GRIPE
Lembrem-se disto:
Todos Os Homens São Maricas
Quando Estão Com Gripe (pasodoble)
Pachos na testa
terço na mão
uma botija
chá de limão
zaragatoas
vinho com mel
três aspirinas
creme na pele
grito de medo
chamo a mulher -
ai Lurdes Lurdes
que vou morrer
mede-me a febre
olha-me a goela
cala os miúdos
fecha a janela
não quero canja
nem a salada
ai Lurdes Lurdes
não vales nada
se tu sonhasses
como me sinto
já vejo a morte
nunca te minto
já vejo o inferno
chamas diabos
anjos estranhos
cornos e rabos
vejo os demónios
nas suas danças
tigres sem listras
bodes de tranças
choros de coruja
risos de grilo
ai Lurdes Lurdes
que foi aquilo
não é a chuva
no meu-postigo
ai Lurdes Lurdes
fica comigo
não é o-vento
a cirandar
nem são as vozes
que vêm do mar
não é o pingo
de uma torneira
põe-me a santinha
à cabeceira
compõe-me a colcha
fala ao prior
pousa o Jesus
no cobertor
chama o doutor
passa a chamada
ai Lurdes Lurdes
nem dás por nada
faz-me tisanas
e pão de ló
não te levantes
que fico só
aqui sozinho
a apodrecer
ai Lurdes Lurdes
que vou morrer.
in Letrinhas de Cantigas, António Lobo Antunes
No fim de duas semanas (ou quatro anos) de campanha eleitoral
lembrei-me duas belíssimas leituras da politica e do poder,
uma mais próxima do que se passa em Portugal do que outra. À vossa escolha:
Onde os Pinkerton chegam com as eleições
E o LEOPARDO
Onde o poder já encontrou o sítio certo.
Bem, seja como for, Domingo podemos votar e
a escolha é nossa.
E a culpa é destes senhores muito antigos:
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